Sultão, o burreco que veio de Miranda
Sultão, o burreco que veio de Miranda
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Política de segurança
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Política de expedição
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Política de devolução
Nesta narrativa a autora traça explicitamente um percurso de revalorização e de reinvenção de um mundo rural, no qual o desempenho da espécie asinina (quase) em vias de extinção é fundamental. Aliás, a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) considera que “Esta novela não é só uma estória: pouco tem de inverosímil e as peripécias que relata não dizem respeito apenas ao Sultão. Antes, cabem na vida do protagonista as histórias dos muitos burros que povoam e povoaram Trás-os-Montes nas últimas décadas, Burros de Miranda ou não. De companheiros de lavoura a fardos dispensáveis, tornou-se premente a procura de novas funções que justificassem a sua existência e garantissem o seu bem-estar. O reconhecimento da importância do seu papel no turismo, na educação ambiental e cívica ou na terapia assistida foi sem dúvida um grande passo. Mas o caminho para a sua dignificação ainda é longo”. Na verdade, o último capítulo da novela intitulado “O regresso ao Palheiro do Sultão” é a porta aberta para essa “dignificação” de que dá conta a AEPGA, porque se trata afinal do que corresponde na realidade atual ao Centro de Acolhimento do Burro de Pena Branca, Miranda. Em suma, este episódio retrata o final de um ciclo de vida que se (re)inicia no Centro de Valorização do Burro de Miranda, em Atenor, ou na loja de qualquer criador devidamente preparado e responsável.